Análise Literária

O Rapto do garoto de Ouro


Biografia:

Edmundo Donato, pseudônimo, Marcos Rey.
Nasceu em 17 de fevereiro de 1925, em São Paulo. Reconhecido como o maior autor de livros infanto-juvenil com mais de 5 milhões de exemplares vendidos, teve acesso a muitos livros, com preferência a Mark Twain. Seu primeiro conto-Ninguém entende Wiu-Liu- foi publicado aos 16 anos (já com o pseudônimo) na folha da manhã, com ilustração de Belmonte. O primeiro romance- Um gato no triângulo- saiu em 1953, época em que trabalhava como roteirista de rádio.
Café na cama (1960), O enterro da cafetina (1967) e memórias de um gigolô (1968) viraram filme e projetaram o autor no cenário nacional. A fase de infanto-juvenil teve início em 1980, com "Não era uma vez", e continuou com um lançamento anual ate 1997. Em 1986 entrou na Academia Paulista de Letras. Em 1994 ganhou o Premio Jabuti pelo conto "O último mamífero do Martinelli" e, em 1996 recebeu o troféu Juea Pato pelo romance "Os crimes do olho-de-boi". Faleceu em 1º de abril de 1999.


Resumo do Enredo

O livro "O Rapto do Garoto de Ouro" narra a historia do seqüestro de um astro do rock. A partir de uma agenda verde, seus amigos entrevistam varias pessoas na esperança de chegarem ao seqüestrador. Fatos surpreendentes marcam esse livro!


Personagens

Alfredo - Apesar de ser o principal personagem, é um personagem plano, pois todas as suas ações são previstas pelo leitor. "Durante algum tempo permaneceu imóvel. Quando adquiriu certeza que estava só ajoelhou-se..."
Léo- É um personagem plano, mesmo ajudando nas entrevistas, pois suas atitudes e temperamentos o comprovem. “Léo entusiasmou-se pela idéia [...] poderemos completar as visitas em pouco tempo."
Gino- Apesar de ter um raciocínio invejável, é um personagem plano, pois poderíamos prever que ele faria uma investigação por conta própria. "Não primo, a idéia seria entrevistar, ir a casa dessas pessoas, onde trabalham..."
Ângela- E uma personagem esférica, pois pelo fato de ser uma garota rica, aprendeu a pensar como Léo e Gino. "Engano seu - replicou a moça - talvez tenhamos de voltar mais tarde. Um dos raptores pode ser cliente dele".
Jaime- Personagem esférico, pois foi o próprio que raptou Alfredo. "Meia hora depois, de voltar a delegacia, Jaime confessava.
As demais personagens são planas, pois suas atitudes podem ser previstas pelo leitor.


Tempo

No livro podemos perceber a presença do tempo cronológico, com citado no trecho a seguir: “Eram dez horas da manha e estavam reunidos na sala da frente..."

Espaço

O espaço em que se passa a historia é basicamente, o bairro Bela Vista. “Todo bairro tem um cheiro especial e ele conhecia o cheiro da Bela Vista”. Mas existem outros, sendo que, os principais serão citados a seguir: a casa dos Carlucci, “... foi tocar a campainha dos Carlucci”, “Leo e Ângela, sentados no salão de leitura do Centro Recreativo, eram..., a casa de Gino, “No final todos se reuniram na casa de Gino,” e, finalmente, o cárcere de Alfredo, “Seu presídio, visto agora, poucamente iluminado, ganha apenas algumas vastas manchas de umidades distribuídas pelas paredes.


Foco Narrativo

O foco narrativo utilizado no livro é de 3ª pessoa, sendo narrador interno, que exprime uma visão parcial e/ou subjetiva dos fatos (ate porque o livro tem em parte investigação). “Como se fosse um detetive famoso ou procurasse imitar um deles, Gino tentava manter a calma, e alicerce de todo o raciocínio lógico.”


Estilo

O estilo do autor não é tão culto nem tão popular, pois sua obra é voltada para o publico infanto-juvenil. Usa freqüentemente adjetiva em suas frases (“excelente enxadrista, o paraplégico sempre antecipa um lance”), detalhista (“La estavam seu sorriso, sua extravagante blusa iluminizada e o braço de sua guitarra elétrica sobre a banqueta do quarto”). Usa de ironia no trecho: “A nota humorísticas da festa foi quando Heitor Salvattore entrou no salão com a capa e o chapéu preto [...] isso é que eu chamo de humor negro".


Verossimilhança

O livro O Rapto do Garoto de Ouro é voltado para o publico jovem. Só que a única relação entre a obra e a realidade que captei, e que, quando uma pessoa se destaca na sociedade, ela passa a ser “cobiçada” e por esses motivos a vida dessa pessoa se torna uma carta aberta.

Conclusão

Mais uma vez, fazendo essa analise literária, pude aprender mais coisas e acrescentá-las à minha reserva de aprendizagem.






Do Outro Mundo

Biografia
A carioca Ana Maria Machado nasceu em 1942 no morro de Santa Teresa e cresceu nas areias de Ipanema. Antes de se entregar ao mundo das letras, iniciou a faculdade de geografia e dedicou-se à pintura num curso que fez no museu de Arte Moderna no Rio. Começou a trabalhar no jornal do Brasil e na Rádio JB- ela foi a chefe do setor de Radiojornalismo dessa rádio durante sete anos. Em 76, as histórias antes de publicadas em revistas passaram a sair em livros. E Ana ganhou o premio João de Barro por ter escrito o livro “Historia Meio ao Contrário”, em 1977. O sucesso foi imenso, gerando muitos livros e prêmios em seguida. Dois anos depois, ela abriu a Livraria Malasartes com as idéia de ser um espaço para crianças poderem ler e encontrar bons livros. O jornalismo foi abandonado no ano de 1980, para que a partir de então Ana pudesse se dedicar ao que mais gosta: escrever seus livros, tantos os voltados para adultos como os infantis. Em 2000, Ana ganhou o prêmio Hans Christian Andersen considerado o prêmio Nobel da literatura infantil mundial. E em 2001, a Academia Brasileira de Letras lhe deu a maior prêmio literário nacional, o Machado de Assis, pelo conjunto da obra.

Resumo do Enredo
O livro “Do Outro Mundo” é narrado por Mariano um adolescente que juntamente com mais três amigos (Léo, Elisa e Terê) vive uma aventura inesquecível. Os avôs de Léo e Elisa moravam em um sitio muito antigo perto da cidade de Cachoeirinha do Rio das Pedras, onde Mariano, a família e os dois amigos moram. Tudo começou quando o avô de Léo e Elisa morreu. A avó passou a morar com eles em Cachoeirinha (o nome “carinhoso” da cidade), e Vera a mãe dos meninos se associou com a mãe do Mariano e decidiram fazer do tal sitio um hotel-fazenda. Durante uma noite aparece-lhes um fantasma chamado Maria do Rosário que viveu no tempo da escravidão, e conta sua história e pede ajuda para saber o paradeiro do seu irmão. E pede ao Mariano para escrever um livro narrando a sua historia, para que esta nunca fosse esquecida.

Personagens
Mariano: Apesar de ser o narrador da historia, ele é uma personagem plana, pois todas as decisões que ele toma já sabemos qual será a sua escolha. Como no trecho “Mariano... promete que me ajuda? Jura mesmo?” [...] “prometo”. Já sabíamos que ele iria prometer ajudá-la.
Léo: Ele é uma personagem esférica porque além de ser imprevisível, na sua rápida mudança de opinião quanto à escolha de Rosário por ter escolhido Mariano e não ele, ele tem um senso de lógica bem aguçada. “Insistiu Léo, com sua lógica implacável.”
Elisa: É uma personagem plana, apesar de ser muito inteligente, e muito sanguínea. Sua reação quando viu Rosário já era esperada, foi logo tomando a postura de líder.
Terê: Personagem esférica, porque sem ninguém esperar ela se achegou a Rosário e chorou com ela, tendo dito antes que tinha pavor de fantasmas: “Porque de repente a Terê se levantou aos prantos, sentou na outra cama bem ao lado da Rosário. As outras personagens são planas, porque em todas as suas atitudes demonstradas não nos surpreendem.

Tempo
Nesse livro temos a presença do tempo cronológico, onde podemos confirmar em vários trechos como citado a seguir: “foi quase um mês depois”.

Espaço
O espaço do livro “Do outro mundo” são dois: a cidade de Cachoeirinha dos Rios das Pedras, onde começa o livro “... que fica no maior shopping de Cachoeirinha”, e o sitio onde virou o hotel-fazenda “De vez em quando, a gente ia passar um fim de semana ou uns dias de férias no sitio dos avôs deles”.

Foco Narrativo
O foco narrativo do livro é de primeira pessoa, sendo o narrador onisciente/onipresente, exprimindo uma visão global dos acontecimentos. “Então, eu sou o Mariano...”.

Estilo
Ao decorrer do livro percebemos que, pelo fato de ser um adolescente que escreve o livro, a autora usa a linguagem popular, mantendo no ar certo mistério, certo suspense, mantendo-nos com a atenção presa o tempo todo no livro, para sabermos o que realmente o que aconteceu. É muito detalhista (“Agora havia camas, mesinhas, televisões, tapetes, cortinas, espelhos, quadros e iluminarias em todos os quartos. Tinha ate quadros nas paredes - umas reproduções de gravuras antigas, de certo Rugendas e tal Debret, que minha mãe encomendou em São Paulo”). Temos a figura de linguagem elipse como podemos comprovar no trecho: “Estou devendo uma coisa a vocês, e vim pagar a divida”.

Verossimilhança
Nessa sua obra Ana Maria Machado critica o período de escravidão no Brasil e a ilusão que às vezes formamos que a escravidão não foi assim tão penosa. Ela ressalta através de sentimentos do Mariano, o que ela realmente pensa sobre a escravidão (“Não sei se outros sentiram o mesmo, mais eu senti uma vergonha enorme de ser branco”). É isso o que eu penso no que levou a autora a escrever essa obra.

Conclusão
Durante a leitura do livro, aprendi muitas coisas, mas além do meu aprendizado pessoal esse livro nos lembra daquilo que os brancos fizeram com os negros, que eram mão-de-obra, a base de nossa sociedade cafeicultora. E nos lembra da nossa cultura, da mistura da cultura africana com a européia. Foi muito bom fazer essa análise literária.